O Expresso Polar: entre sonhos e realidade imaginada, acreditar ainda é o futuro
Título original: The Polar Express
País de origem: Estados Unidos (2004)
Duração: 110 minutos
Gênero: aventura; fantasia; animação
Direção: Robert Zemeckis
Roteiro: William Broyles Jr. e Robert Zemeckis
Obra original: Chris Van Allsburg (1985)
Produção: Steve Starkeym Robert Zemeckis, Gary Goetzman e William Teitler
Produção executiva: Tom Hanks
Direção de fotografia: Don Burgess e Robert Presley
Trilha sonora: Alan Silvestri
Montagem: R. Orlando Duenas e Jeremiah O’Driscoll
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Elenco: Tom Hanks, John Hutcherson, Nona Gaye, Peter Scolari, Leslie Harter Zemeckis, Eddie Deezen
Um filme natalino sobre a crença nos próprios quereres. Em O Expresso Polar (título original: The Polar Express) (Warner Bros. Pictures, 2004), adaptação cinematográfica do volume homônimo de autoria de Chris Van Allsburg (1985) dirigida por Robert Zemeckis, Chris (Josh Hutcherson) é um menino que, desacreditado na existência de Papai Noel, ainda procura razões para crer na magia da chegada do bom velhinho aos lares do bairro onde mora e de todo o país. Incrédulo, em meio à madrugada do dia de Natal, no entanto, o pequeno é convidado pelo solícito, porém enigmático condutor Ebenezer Scrooge (Tom Hanks) a embarcar em um trem expresso em direção ao Polo Norte como forma de acompanhar o início dos trabalhos de entrega dos presentes de 25/12 in loco. Entre sonho e realidade imaginada, ao lado de novas amizades (Nona Gaye, Peter Scolari e Eddie Deezen), a jornada rumo ao Círculo Ártico aponta uma antes necessária persistência na composição com as fantasias e com os desejos enquanto elemento de proteção às infâncias, indicando a importância de uma cuidadosa mediação intermundos (infantil/infantojuvenil e adulto) à plena e à presente ou posterior realização das potências e das vozes de crianças e de adolescentes, respeitados seus tempo e maturidade.
Se a captura de movimento no retrato das personagens em tela confere estilização até excessiva, ou bizarramente imitadora, do real, quando fantástica deveria ser a tônica, o surreal universo criado à computadorização confere grandiosa e talvez inimaginável visualidade à criação maior das literaturas a este respeito. Ao fim, solidariedade e justiça sociais, agência/autodeterminação e fé, acima de crenças individuais, seguem valores relevantes de legado às novas gerações, não obstante compulsória e talvez hipocritamente reafirmados à imposição religioso-capitalista da data, pois desprezados em outros períodos do mesmo ano. Dada ou não a oportunidade única de legá-los, contudo, contraponho, nenhum tempo pode ser perdido.
Acreditemos em nossos meninos e meninas, pois mundo melhor pode, e deve, aguardá-los e aguardá-las chegar.